Monday, January 18, 2010

CHEGUEI!






Finalmente cheguei ao ponto mais meridional dos domínios de Dom Pedro I, que eram tão grandes que é preciso sair do Brasil para conhecê-los. Daqui se avista Buenos Aires e Mar del Plata, e não é a toa que a região era disputada a tapa (bem, a tiro mesmo): daqui se pode perfeitamente interferir na região do Prata, negando assim a influência espanhola sobre o estuário.

A cidade parece muito com Paraty, mas a diferença mais visível é que ela é fortificada. Quando eu vim de carro em direção ao bairro antigo avistei uma muralha imponente que impedia a passagem. Entra-se pelo portão da antiga cidade, de pedra, fortificado e com um pequeno fosso. Pena que a muralha acabe aí, o resto não mais existe, ou pode-se ver apenas as fundações, como no caso do Bastião de São Miguel Arcanjo. Olhando-se as fundações têm se uma idéia exata da espessura da muralha: grossa pra caralho. Tomar isso aqui não era tarefa fácil e prova disso é que a cidade não se rendeu, a guarnição brasileira aqui presente permaneceu até a assinatura do acordo de paz com a argentina, onde o Brasil abria mão desta região e em troca os hermanos devolviam alguns territórios que eles haviam nos tomado. Não preciso dizer quem se fudeu na Guerra da Cisplatina né?

Paraty também é mais uniforme, os casarios são mais ou menos da mesma época, em Colônia (Colônia do Santíssimo Sacramento) há casas portuguesas muito antigas, da época da primeira construção, muito simples, e outras mais modernas, semelhantes às de Paraty. E há também alguns enxertos modernosos no meio destas edificações. Passa-se algo semelhante à Cuzco, onde os espanhóis construiram sobre as fundações incas. Cá também o fizeram, pode-se ver a base de pedras feita pelos portugueses, e muros completamente diferentes a partir de uma certa altura.

Havia aqui um mosteiro, que pegou fogo. As ruinas são imponentes. Há uma igreja matriz (que cidade portuguesa não a tem?). Como em Paraty, as ruas tinham um sistema de drenagem com uma canaleta correndo pelo meio, mas isso não é visível em todas as ruas.

Muito do casario se transformou em Ateliês, lojas ou restaurantes, e de noite eu vi pelo menos três diferentes shows de bossa nova!

Encontrei o casal de brasileiros que vira antes em montevideo, na rua, e por coincidência ao voltar pra pousada descobri que eles também se hospedam aqui. São onipresentes como aqueles bolivianos que tocam no centro da cidade no Rio, e que você encontra em qualquer lugar que vc vá? 

Também descobri um pouco do cancioneiro uruguaio aqui, ouvindo um pessoal tocar viola de madrugada no alto da muralha, um lugar fantástico de onde se vê o Rio da Prata todo iluminado (pelas luzes de BsAs), o farol, as ruas da cidade antiga e se sente a brisa.

amanhã mais aventuras me aguardam. Por hoje é isso.

1 comment:

  1. espero que esteja se divertindo bastante . . .
    Fabio Netto

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