Friday, January 29, 2010

Dia de Proletário

Estou na minha querida São Paulo. Que de fato não é minha, mas é querida. Como eu já conheço muito aqui, resolvi ter um dia de mulambo e passear no centrão. 25 de Março, Sé, Arouche, Luz, terminei o programa na Galeria do Rock onde comprei uma camisa fantástica onde se lê "Tá estressado? Foda-se". Almoço: um Sanduíche de Mortadela de fazer inveja ao amigo e colega de profissão Jonas, no mercado municipal. Aproveitei também para comprar ervas para fazer meu chimarrão.

Fora do centrão, na loja-conceito da Nokia (aquela que serve para promover a Apple) a menina me explicou que a Nokia não tem planos de liberar o firmware 2.0 do N97 para o Brasil e me sugeriu alterar o código do telefone para fazer a instalação/download do firmware novo como se no primeiro mundo eu morasse.

Bem... se é pra fazer isso a Nokia não precisa alugar um espaço na Oscar Freire, podia botar a lojinha do lado daqueles chineses de aspecto suspeito da Galeria Pagé que o modus operandi é o mesmo.

Wednesday, January 27, 2010

Aos Democratas!

Vocês não sabem qual foi a minha surpresa ao entrar em um bar ENORME aqui em Curitiba e me deparar com os arcos da lapa! Sim os arcos pintados na parede, em um painel de 2 ou 3 andares, e o pessoal mandando ver no samba com camisas da mocidade, da beija-flor, da portela!

Claro que se é um bar temático com coisas do Rio de Janeiro, o melhor a fazer para se puxar papo é ser carioca e falar bem das coisas da cidade pátria e sambar. Se vc é uma mulher curibana e está em um bar temático do Rio o melhor que vc pode encontrar é o artigo genuíno, certo? Esse plano realmente funcionaria muito bem, se não fosse por um pequeno detalhe: estou falando "bah!" e não é de propósito, juro por Deus.

No primeiro show havia dois músicos cheios de swing. Bons pra caralho, devo dizer. Fui falar com eles: "ai mermão, nem fudendo que tu é daqui do Paraná!"; "Qualé cumpadi, sou carioca porra!" - Carioca é assim mesmo, a gente se comunica por palavrões.

A segunda banda era de parananeses mesmo. Se mostraram extremamente competentes no samba, com surdo, repique, tamborim, tudo no tempo certinho, sincopando, marcando o passo, perfeito. Só atravessaram quando tentaram tocar tim maia e sandra de sá, porque a música não saiu ruim não. Saiu com sotaque. Nem fudendo meus ouvidos pensariam que aquilo era uma banda carioca. Depois fui lá cumprimentar os caras tb porque apesar da black music ter saído meio branca, o samba dos caras tava bom de verdade, ainda mais com um carioca no cavaquinho ;-)

Monday, January 25, 2010

Cabo Polonio



Um lugar que há muito eu queria conhecer. Desolado (atualmente nem tanto), sem luz (atualmente nem tanto), de difícil acesso (atualmente nem tanto). O Cabo deriva seu nome de um galeão espanhol que lá naufragou. Uma das ilhas em frente era o marco divisório dos domínios portugueses e espanhois, segundo uma das versões do constantemente revisado tratado de Tordesilhas. O lugar é uma megacolonia de lobos do mar.

Bah, como tem coisa pra contar. Mas agora não. Fiquem com algumas fotos que tirei :)

Casaelite

Em Punta Ballena, sexta feira passada, visitei parte das instalações de CasaPueblo, um hotel em estilo mediterrâneo-ensandecido construído pelo artista uruguaio Carlos Villaró. Nada contra a livre iniciativa. O cara tem uma visão de negócios, constrói um troço exótico que vira atração turística, gerencia bem seu negócio, enriquece, beleza.

Agora, essa mania que o artista tem de enfiar o povo no meio das cosias me irrita. Como assim Casapueblo, caralhos? Sabem quantas centenas de dólares o hotel cobra em alta temporada? O pueblo definivamente não mora e não frequenta aquela porra, no máximo frequentam-no comunistas ricos que bebem seu úisque ao lado de não-comunistas ricos que também bebem uísque. Sacam os porcos e os humanos no finalzinho da Revolução dos Bichos do Orwell? Comes to mind!

Vale a visita? Claro que vale! É bem curioso o local, e vc pode degustar tragos num terraço panoramico conversando com argentinos de mucha plata. Agora o pueblo que dá nome ao complexo vc encontra esmolando na cidade velha de Montevideo. Evidentemente a casa não é deles.

Cmte; Fabio


Então... hoje voei de Parapente. Achei um Rip-off porque eu só soube que a gente ia ficar vinte minutos piruetando em volta de um morro depois da decolagem, eu achei que dava pra voar até a casa do caralho, e não dava. Ainda assim é divertido, valeu como um batizado pra ver como é, depois faço um vôo decente no Rio.

Passei por Torres muito rapidamente, na rota para Curitiba. Eu pensava em dar um tiro até Curitiba, porque uma amiga faria uma festa de aniversário lá hoje, mas eu saí um pouco tarde, e às 8 da noite eu ainda estava em Itajaí. Fiquei na dúvida entre seguir direto - e me arriscar a não achar mais ninguém no bar ou desviar 40km para conhecer Blumenau.

Sunday, January 24, 2010

Em Porto Alegre


De volta ao Brasil. Fui de Punta Ballena a Pelotas de uma vez só, com duas paradas: Cabo Polonio (mais sobre esse lugar belíssimo depois) e Playa Grande, no Parque Nacional de Santa Tereza.

Quando cheguei fiquei muito feliz de finalmente poder falar português, mas volta e meia eu ainda me pego querendo falar "targeta visa" ou "la cuenta". Imersão é foda, depois de 7 dias no Uruguai eu já chegava em posto de gasolina e mandava abastecer e os caras ainda falavam "brasileño? Pero hablas español muy bien!". Claro que se fosse pra discutir filosofia eu tava fudido, mas esses chuncks linguísticos das transações mundanas eu já tinha incorporado pego todos!

Agora estou em casa de amigos em POA. Ontem rolou um city tour e show de rock no Seargent Peppers. Recomendo. Hoje vou com amigos gremistas ver um jogo, e se eles se distraírem cumprirei a promessa de mijar no estádio deles! Também preciso comprar ervas no mercado público pra continuar tomando meu chimarrão quando voltar ao Rio! :)

Monday, January 18, 2010

CHEGUEI!






Finalmente cheguei ao ponto mais meridional dos domínios de Dom Pedro I, que eram tão grandes que é preciso sair do Brasil para conhecê-los. Daqui se avista Buenos Aires e Mar del Plata, e não é a toa que a região era disputada a tapa (bem, a tiro mesmo): daqui se pode perfeitamente interferir na região do Prata, negando assim a influência espanhola sobre o estuário.

A cidade parece muito com Paraty, mas a diferença mais visível é que ela é fortificada. Quando eu vim de carro em direção ao bairro antigo avistei uma muralha imponente que impedia a passagem. Entra-se pelo portão da antiga cidade, de pedra, fortificado e com um pequeno fosso. Pena que a muralha acabe aí, o resto não mais existe, ou pode-se ver apenas as fundações, como no caso do Bastião de São Miguel Arcanjo. Olhando-se as fundações têm se uma idéia exata da espessura da muralha: grossa pra caralho. Tomar isso aqui não era tarefa fácil e prova disso é que a cidade não se rendeu, a guarnição brasileira aqui presente permaneceu até a assinatura do acordo de paz com a argentina, onde o Brasil abria mão desta região e em troca os hermanos devolviam alguns territórios que eles haviam nos tomado. Não preciso dizer quem se fudeu na Guerra da Cisplatina né?

Paraty também é mais uniforme, os casarios são mais ou menos da mesma época, em Colônia (Colônia do Santíssimo Sacramento) há casas portuguesas muito antigas, da época da primeira construção, muito simples, e outras mais modernas, semelhantes às de Paraty. E há também alguns enxertos modernosos no meio destas edificações. Passa-se algo semelhante à Cuzco, onde os espanhóis construiram sobre as fundações incas. Cá também o fizeram, pode-se ver a base de pedras feita pelos portugueses, e muros completamente diferentes a partir de uma certa altura.

Havia aqui um mosteiro, que pegou fogo. As ruinas são imponentes. Há uma igreja matriz (que cidade portuguesa não a tem?). Como em Paraty, as ruas tinham um sistema de drenagem com uma canaleta correndo pelo meio, mas isso não é visível em todas as ruas.

Muito do casario se transformou em Ateliês, lojas ou restaurantes, e de noite eu vi pelo menos três diferentes shows de bossa nova!

Encontrei o casal de brasileiros que vira antes em montevideo, na rua, e por coincidência ao voltar pra pousada descobri que eles também se hospedam aqui. São onipresentes como aqueles bolivianos que tocam no centro da cidade no Rio, e que você encontra em qualquer lugar que vc vá? 

Também descobri um pouco do cancioneiro uruguaio aqui, ouvindo um pessoal tocar viola de madrugada no alto da muralha, um lugar fantástico de onde se vê o Rio da Prata todo iluminado (pelas luzes de BsAs), o farol, as ruas da cidade antiga e se sente a brisa.

amanhã mais aventuras me aguardam. Por hoje é isso.